Saturday, February 19, 2005

A Noite e o Abraço


Ausência em mim, de mim, de ti... Voar por fora de mim próprio e encontrar o consolo desse abraço, que mesmo sendo necessidade em mim, se esvanece durante os dias recheados de metas insignificantes que saciam um pouco a fome que todos nós sentimos desses braços que serão só nossos, e como existe um fogo que clama por eles. Esse fogo que nos invade quando nestes e noutros momentos, em que na solidão se perde o nosso tempo e se nos lateja a alma, onde perdidos na nossa singela existência desejamos insaciavelmente que num pianíssimo instante se começasse a escrever a história do “para sempre”, nos ausentamos de nós próprios tentando reconhecer o nosso reflexo e destruir a necessidade de preencher este vazio assente no limiar do nada. Há que saber esperar pelo dia de amanhã, com um sorriso, mesmo nestes momentos em que o mar se revolta reflectindo a alma como o espelho reflecte cruamente o nosso eu pela manhã, assim a ti te espero e nos teus braços me conforto, mesmo não conhecendo o teu rosto, nem sequer conhecendo o pulsar do teu palpitante tesouro, sei que tão perdida estás no mundo quanto eu, cingidos que estamos a esta condição humana de perdidos no mundo, tal como cada um de vós, sabendo que toda a tempestade se transforma em bonança, digo mais um boa noite a esse alguém que não é ninguém e são todos os rostos que se nos atravessam o caminho. Dorme bem... o sonho nos irá confortar e lá nos encontraremos numa tela pincelada pelas mãos puras de uma criança, perdidos na cor que tão formoso pedaço de vida traz no sorriso.

a noite e o abraçoEnviado por Joel em Friday, February 18

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